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Documentação e Política de Hedge

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01/01/2017
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

ORADOR: [00:01:39] Muito bem. Se você já se convenceu que fazer Hedge accounting é um bom negócio, então nós precisamos falar, agora, sobre a documentação. Talvez a parte mais importante do Hedge accounting.

ORADOR: [00:02:19] É claro, os efeitos são importantes, a ideia toda é importante, mas para voce realizar, para colocar coisa em prática, nao tem como sem falar de documentação. Bom, essa documentação de Hedge accounting tem alguns pilares, que são colocados nessa página do material de vocês. Esses pilares, vamos começar a falar da identificação do objeto de Hedge.

ORADOR: [00:02:27] O objeto de Hedge, ou item protegido, aquela figura que pode ser uma dívida em moeda estrangeira, pode ser um contas a receber em moeda estrangeira, pode ser um estoque de commodities, pode ser um fluxo de caixa em outra moeda. Qualquer coisa.

ORADOR: [00:02:46] A gente já falou sobre o item protegido em outra sessão. Mas em relação à documentação, a gente precisa identificar os riscos principais desse item protegido, e o principal: quais desses riscos estão sendo protegidos? Porque nem todos os riscos serão protegidos em uma relação de Hedge.

ORADOR: [00:03:07] Por exemplo, se estivermos falando de um contas a receber em moeda estrangeira. Contas a receber em dólares, por exemplo, para uma empresa que tem o real como moeda funcional. Nós podemos proteger o risco de moeda estrangeira, podemos proteger o risco de crédito, podemos proteger o risco de taxa de juros. Ou todos eles.

ORADOR: [00:03:31] Então, nessa documentação, nós precisamos, primeiro, estudar esses riscos, dizer quais são os riscos identificados, e quais são os riscos protegidos. Por quê? Porque quando a gente for fazer marcação a mercado, quando a gente for medir efetividade, a gente precisa medir efetividade em relação aos riscos protegidos, não em relação a todos os riscos do objeto de Hedge.

ORADOR: [00:03:58] Agora vamos falar, então, do instrumento de Hedge. O instrumento de Hedge também precisa ser identificado. Qual é esse instrumento? Quais são as características principais? Como a gente mensura o valor justo desse instrumento? Se esse instrumento está sendo designado em sua totalidade, ou se é uma porção desse instrumento.

ORADOR: [00:04:20] Em relação tanto ao instrumento quanto ao objeto de Hedge, onde é que eles estão contabilizados? No balanço, no DRE? Isso é importante para a gente saber onde é que a gente encontra os pedaços desse objeto e desse instrumento de Hedge.

ORADOR: [00:04:39] Nós temos que falar também da estratégia de Hedge da instituição. Então a estratégia, a gente vai falar qual é objetivo desse Hedge. O que a instituição pretende? Ela pretende travar os fluxos de caixa de algum fluxo em moeda estrangeira, ela pretende travar os fluxos de caixa de um empréstimo que é pós-fixado, que é variável.

ORADOR: [00:05:05] Ela pretende não fixar os fluxos de caixa, mas fixar o valor justo de um ativo. Fixar a taxa de referência. Eu quero que um determinado ativo, ele é prefixado, e o objetivo do Hedge é casar com o passivo, que é pós-fixado. Então esse ativo passa a variar de acordo com essa taxa variável também.

ORADOR: [00:05:30] Então, aqui na estratégia, a gente vai declarar qual é o objetivo, ou quais são os objetivos da instituição. Vamos falar sobre a política de riscos da instituição. Quais são os controles que vão ser realizados para o cumprimento dessa estratégia. E temos mais uma etapa, que tem relação com a efetividade do Hedge.

ORADOR: [00:05:54] No IFRS 9, a efetividade é medida só prospectivamente, nao tem mais a exigência de medir a efetividade de forma retrospectiva. Não tem exigência de ela ser medida de forma quantitativa. Dependendo do caso, ela pode ser medida só qualitativamente. Em algumas situações, a gente vai precisar de métodos quantitativos ainda. Então vamos falar sobre eles daqui a pouco.

ORADOR: [00:06:20] Em relação a essa relação da efetividade também, a gente precisa atualizar o índice de Hedge. O índice de Hedge é a relação entre quantidade de instrumento de Hedge, quantidade de item protegido. Então, se eu tiver, por exemplo, um contrato de dólar futuro protegendo um ativo... Eu tenho um contrato de dólar futuro, por exemplo, de R$ 50 mil protegendo um ativo de 50 mil dólares, um valor correspondente a 50 mil dólares.

ORADOR: [00:06:54] Então, essa é uma relação um para um. Em algumas situações, um contrato futuro, vamos usar o mesmo número. É um contrato futuro de 50 mil dólares, pode proteger uma exposição menor do que 50 mil. É uma exposição de 40 mil dólares. Então essa relação não vai ser um para um. Essa relação vai ser de 50 sobre 40. Vai dar, se não me engano, 1.25 para 1.

ORADOR: [00:07:24] Pode refazer essa conta, mas é como se a gente tivesse um contrato de 50 mil protegendo um item de 40 mil. Se não me engano, dá 1.25. Estou fazendo a conta de cabeça, mas você confere essa conta. Esse é o índice de Hedge. O índice de Hedge precisa ser atualizado ao longo da relação de Hedge. Se em algum momento você precisa de reequilibrar essa relação, ou seja, você precisa de mais contratos futuros, ou você precisa de menos contratos futuros para reequilibrar uma relação de Hedge, você precisa atualizar esse índice também.

ORADOR: [00:08:07] Então, aqui, nós estamos falando do índice de Hedge, e da efetividade também. Aqui na documentação a gente vai precisar, na política de Hedge, documento mais estável, dizer como é que essa efetividade vai ser medida. Qual vai ser o método utilizado, qual vai ser o caminho para chegar lá. E em uma documentação um pouco mais dinâmica do que a política de Hedge, pode ser um anexo dessa política de Hedge, a gente vai identificar cada instrumento, cada objeto de Hedge por número de contrato, e vamos fazer a medição, específica, para essas estratégias de Hedge.

ORADOR: [00:08:51] Então, aqui nessa documentação, para fechar esse pilar da efetividade, nós precisamos falar também sobre fontes de inefetividade. O IFRS 9 destaca bastante a importância de a gente monitorar o risco de crédito. O risco de crédito, tanto no instrumento de Hedge quando no objeto de Hedge.

ORADOR: [00:09:12] Por quê? Às vezes eu estou fazendo um Hedge de moeda sobre um contas a receber, só que esse contas a receber está com o risco de crédito enorme. Quer dizer, mesmo que eu tenha um Hedge de moeda, esse Hedge já não está protegendo nada, porque o risco de crédito está dominando essa relação.

ORADOR: [00:09:36] Se eu tenho um risco de crédito em um instrumento de Hedge também. Por exemplo, eu tenho um swap com um banco que está com problemas de crédito. Eu já não posso confiar na efetividade desse instrumento. Então os riscos de inefetividade, as fontes de inefetividade, elas precisam ser acompanhadas, principalmente o risco de crédito.

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