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Hedge no mercado de commodities

Hedge no mercado de commodities
30/01/2020
Wesley Carvalho
Expert
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

As commodities representam grande parte das exportações brasileiras, e é importante destacar que as commodities agrícolas, como a soja, o frango e o açúcar, normalmente estão entre os principais produtos do país, dividindo espaço com o minério de ferro, o petróleo e outros.

O termo commodity significa mercadoria, porém, ele é bastante aplicado para se referir a um produto básico, sem diferenciação, em estado bruto ou com baixo nível de transformação. Desta forma, são mercadorias com pouco valor agregado, e cujo preço depende basicamente dos níveis de oferta e demanda.

De acordo com dados da CEPEA , em 2018, o agronegócio representou 21% do PIB brasileiro, e essa atividade está sujeita a inúmeros fatores de risco, dentre eles, os riscos de mercado.

Companhias que operam no agronegócio geralmente estão sujeitas aos riscos de variações nos preços das commodities e da moeda na qual essa commodity é negociada (geralmente, o dólar americano).

Grande parte das commodities possuem formação de preço em Bolsa de Mercadorias no exterior, portanto, sofrem interferência nas variações do câmbio, e como geralmente as companhias no Brasil possuem o real como moeda funcional, origina-se também o risco cambial.

Diferentemente de outros setores, o agronegócio, possui grande parte das suas exposições atreladas a vendas ou compras futuras de commodities, as quais, em sua maioria, ainda não estão registradas na contabilidade (off balance).

Quando um hedge é construído em um cenário equivalente, o instrumento de proteção é contabilizado no balanço da companhia, desta forma, é originado um descasamento contábil, pois o instrumento de proteção estará geralmente registrado ou a valor justo ou a custo amortizado, com a contrapartida registrada no resultado financeiro, e o item protegido (vendas ou compras futuras) não será contabilizado no balanço, durante a vigência do hedge.

Para que este descasamento contábil seja mitigado, a companhia poderá designar esse hedge em uma relação de hedge accounting, onde as variações do instrumento de proteção deixarão de ser registradas no resultado enquanto o item protegido não for realizado.

Entre as fontes de inefetividade nos hedges de commodities, podemos citar o prêmio de polarização no mercado de açúcar. Durante a implantação do hedge, devemos estudar os possíveis impactos nas variações de preços dos itens protegidos (e também dos instrumentos de hedge), para que possamos mapear e mitigar problemas gerados pelos fatores que influenciam a eficácia dessa relação.

 
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