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Opções de Venda - Put

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20/10/2020
Berenice Righi Damke
Especialista em Gestão de Riscos Financeiros e Derivativos

Esse vídeo é sobre Opções de Venda, também chamadas de Put. Aqui nós vamos de novo trazer uma situação problema, porque é o melhor jeito de a gente entender como funcionam os derivativos: baseados na prática.

De novo estou trazendo uma empresa exportadora para você, que exporta US$ 1 MM. Nesse caso é dólar, não é euro. NDF nós tínhamos feito um exemplo envolvendo euro, lembra? Certo. Podemos fazer opções de euro, reais por euros? Gente, difícil. Aqui no Brasil é difícil a gente conseguir liquidez para fazer direto real-euro. Mais fácil a gente conseguir fazer real-dólar e aí, em um mercado no exterior, em uma bolsa no exterior, fazer, por exemplo, dólar-euro se realmente for necessário lá para a nossa companhia.

Mas aqui, então, estou considerando que nós somos exportadores e temos a receber em dólar, e decidimos usar opções para proteger esse nosso recebimento. Então a gente comprou. Por quê? Porque nós queremos ser donos desse direito, queremos comprar esse seguro. De quê? Um seguro que nos protege da baixa da taxa de câmbio, porque como exportadores nós temos medo de que o câmbio caia e a gente tenha menos reais a receber do que gostaríamos.

Então, nós compramos uma PUT, compramos um direito de vender taxa de câmbio de real por dólar a R$ 5,40. E o prêmio aqui é de R$ 40,00 a cada US$ 1.000,00. Pessoal, vale comentar que dentro das opções nós temos uma lei que é chamada de paridade da PUT e da Call. Isso significa que a Call e a PUT, quando são negociadas com um Strike, ou preço de exercício, exatamente igual ao futuro daquele prazo, elas têm o mesmo custo, elas têm o mesmo prêmio.

Para poder te dizer isso é que eu construí esses exemplos usando exatamente o mesmo prêmio. Percebam que quando nós fizemos o exemplo da Call, o prêmio era de R$ 40,00 a cada US$ 1.000,00. Agora eu estou fazendo contigo o exemplo da PUT e também estou falando sobre o prêmio a R$ 40,00 por US$ 1.000,00. Isso porque estou implicitamente assumindo que, nesse momento em que fiz essa cotação, o futuro, para 90 dias, era de R$ 5,40 por dólar. Portanto, esta opção, que agora nós vamos analisar, é o que a gente chama de uma opção "At-the-Money Forward", ou seja, é cotada a um preço de exercício (ou Strike) exatamente igual ao "Foward", ou futuro, para aquele prazo. O "At-the-Money" significa que um é igual ao outro.

E dentro desse universo de opções a gente pode ter opções que são "No Dinheiro", "Fora do Dinheiro", que custam mais barato, ou "Dentro do Dinheiro", que custam mais caro do que esse preço de referência que a gente tem para o "Dentro do Dinheiro". Estas situações a gente acaba utilizando quando montamos as estratégias, e isso faz com que os prêmios se modifiquem. Então, é mais para a curiosidade, mas só para te dizer que, de fato, quando você cota uma opção em que o preço de exercício é igual ao futuro daquele prazo que você está negociando, o prêmio da Call será igual ao prêmio da PUT. Então, nesse exemplo, eu estou fazendo uma PUT de R$ 40,00 a cada US$ 1.000,00 com o objetivo de proteger a companhia de uma queda da taxa de câmbio. Vamos ver como é que fica o payoff e o gráfico dessa opção?

Certo. Então, lembre que a primeira parte da história é sempre pensar sobre se deu exercício ou não deu exercício naquele nível, naquela Ptax, naquele cenário que você está analisando. Via de regra, então, como negociamos opções europeias, pensamos sobre este exercício e este resultado no vencimento. Vamos para a planilha para ver, com a ajuda da planilha, como é que ficam estes resultados e este gráfico? Essa é a planilha de PUT, de opção de venda, que também está aí disponível para você.

Aqui nós estamos pensando sobre uma empresa exportadora, ou que tem recebimento em moeda estrangeira. E, nesse caso, a companhia comprou uma PUT a R$ 5,40 por Dólares, para se proteger de uma queda da taxa de câmbio sobre um Notional de US$ US$ 1 MM. Aqui também estou assumindo que é US$ 1 MM valor futuro. Ou seja, esse é o volume que ela terá a receber daqui a 90 dias, data para a qual nós fechamos essa opção.

O prêmio, o custo desse seguro, foi de R$ 40,00 a cada US$ 1.000,00. E, fazendo os cálculos, então, nós não podemos esquecer desse prêmio. Percebam que, de novo aqui, esse payoff é construído do ponto de vista da companhia que comprou essa opção. Se você estivesse construindo isso do lado do banco que vendeu essa opção para a empresa, perceba que os sinais seriam o inverso desse que nós estamos olhando aqui.

Pensando do ponto de vista da empresa, nós temos um desembolso de R$ 40.000,00 de prêmio, e, do ponto de vista do ajuste que acontece em função do exercício da opção, o primeiro passo é a gente pensar sobre em que cenários desses aqui haverá algum tipo de exercício. Então, pense que aqui nós estamos nos protegendo da baixa da taxa de câmbio. Ou seja, se o câmbio ficar abaixo de R$ 5,40 teremos exercício. E se ficar acima? A opção vira pó, gente. Por quê? A exportação, nesses cenários, trará mais reais do que esse R$ 5,40 que nós fixamos. E aqui, como nós pagamos a opção, a contrapartida é de que nós não teremos que pagar nenhum ajuste como fazíamos como era um NDF.

Então, aqui nesse cenários de câmbio acima dos R$ 5,40, não teremos exercício. E abaixo? Aí sim teremos. E aqui, então, fazemos o cálculo por diferença do mesmo jeitinho que fizemos nos exercícios anteriores. Então, vejam que aqui a diferença do R$ 5,40 para o R$ 5,30, de R$ 0,10 por dólares multiplicada pelo Notional de US$ 1 MM, faz com que a gente tenha um ajuste positivo de R$ 100.000,00 a receber. Crédito na conta corrente deste valor. E, nesse cenário, de R$ 200.000,00, somando o ajuste e o prêmio, a gente chega a estes resultados, que nos levam a esse gráfico que está aqui.

Então, vejam que também aqui o nosso custo fica limitado ao valor do prêmio, de R$ 40.000,00, e em um cenário de queda da taxa de câmbio, a gente exerce o nosso direito de vender o dólar a R$ 5,40 por dólares, e recebe esses valores.

Quando a gente pensa do ponto de vista aqui, também desse encontro de contas entre o derivativo e a situação operacional que a gente buscou proteger, percebam que de novo a gente chega ao mesmo nível de câmbio fixado com uma pequena diferença: aqui, se você considerar o prêmio no cálculo, aí você não bate exatamente o R$ 5,40 que você tinha quando você fixou esse Strike da Call (que nós fixamos). E isso ocorre justamente porque eu estou descontando o prêmio que foi pago inicialmente.

Então, como havia comentado antes, gente, não existe um jeito certo de se fazer o Hedge. Existem semelhanças e diferenças entre usar um NDF e usar uma opção: existem prós e contras. E aí vale, claro, lá na sua companhia, a gente entender qual faz mais sentido. E, muitas vezes, a melhor solução de Hedge passa por um combinado desses dois. E agora é hora de a gente entender Swaps. Então fique conosco e vamos para o próximo vídeo.