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IAS 28 / CPC 18 (R2) - Teste de Impairment - Unidade geradora de caixa

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01/01/2018
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

Eric [00:00:00] Muitas vezes, não é possível testar um ativo individualmente, por quê? Porque um ativo individualmente não gera caixa, exceto em raras situações, quando a gente está testando, por exemplo, um negócio muito pequeno, tipo um carrinho de pipoca, ele isoladamente, aquele ativo isoladamente, em conjunto com a mão de obra, produz caixa. Ou o exemplo que eu dei, o exemplo que a gente utilizou aqui no curso, de um prédio que é utilizado para obtenção de renda, aquele prédio sozinho gerava renda. Quase sempre, na prática das empresas, um ativo sozinho não gera caixa.

Eric [00:00:48] Por exemplo: em uma indústria, a gente tem uma linha de produção que é formada por várias máquinas, que tem um imóvel, que tem instalações, que tem software, são vários ativos a favor de uma linha de produção, isso em uma industria. Se a gente pensar em uma instituição financeira, qual ativo individualmente de uma instituição financeira está gerando caixa? É o prédio? É o computador central? São os computadores da área comercial? É um software?

Eric [00:01:34] É difícil você dizer qual ativo está gerando determinados fluxos de caixa. Então nessas situações, a gente não faz o teste de impairment do ativo individual, a gente faz o teste em um grupo de ativos chamado unidade geradora de caixa ou UGC, uma sigla que já apareceu em outras oportunidades.

Eric [00:02:01] A definição diz que: é o menor grupo identificável de ativos que gera entradas de caixa que são, em grande parte, Independentes das entradas de caixa de outros ativos ou grupos de ativos. Então em cada tipo de empresa, em cada negócio, a gente vai ter unidades geradoras de caixa diferentes.

Eric [00:02:25] Uma perguntinha para a gente saber se vai testar um ativo individualmente ou num grupo, numa unidade geradora de caixa, é: esse ativo gera fluxo de caixa isoladamente? Gera fluxos que são independentes dos fluxos de caixa gerados por outros ativos?

Eric [00:02:43] Se a resposta é sim, você testa o ativo individualmente, se a resposta é não, agrupa os ativos e vamos testar unidades geradoras de caixa, porque quando a gente faz o teste de impairment, a gente vai buscar referencias para: valor justo líquido de despesa de venda, isso a gente poderia fazer para um ativo individualmente, não tem problema, mas valor em uso: como é que eu estimo o valor em uso de um ativo que não gera caixa individualmente?

Eric [00:03:18] Não dá. Então a gente tem que agrupar os ativos em unidades geradoras de caixa. Unidades geradoras de caixa, pode ser: uma linha de produto. Então uma empresa como uma Unilever, uma Procter & Gamble, esse tipo de indústria que tem várias marcas, uma linha de produto, por exemplo, eu tenho produtos alimentícios, produtos de higiene, produtos de limpeza, produtos para cozinha, então cada linha de produtos pode ser uma unidade geradora de caixa.

Eric [00:03:58] Tipo de negócio, por exemplo: numa instituição financeira, eu tenho um negócio bancário, posso ter seguradora, eu posso ter um negócio de fundo de investimento. Então os tipos de negócios diferentes... Ou poderia ser tipo de negócio: eu tenho uma empresa que tem um negócio de varejo e tem uma linha, um negócio de financiamento, ele financia as vendas do varejo, então cada tipo de negócio poderia ser unidade geradora de caixa.

Eric [00:04:38] Localidade isolada, por exemplo: vou usar o exemplo de instituição financeira de novo. Uma agência bancária poderia ser uma unidade geradora de caixa. Localidade isolada: pode ser uma unidade de venda, uma unidade de produção. Áreas distritais ou regionais: grupos de localidades, e por fim, maneira como administração toma decisões: isso é interessante, maneira como administração toma decisões, porque a norma contábil está se conectando com os relatórios internos.

Eric [00:05:20] Se administração tem relatórios gerenciais e mede o resultado, tem orçamento, tem projeções por linha de produto, por regional, por diretoria, a gente, na contabilidade, ao fazer o teste de impairment, ao determinar a unidade geradora de caixa, a gente utiliza esses controles, essas definições que foram feitas gerencialmente também.

Eric [00:05:51] Então é isso que a norma quer dizer quando fala em maneira como a administração toma decisões, a gente determinar as unidades geradoras de caixa da mesma forma que a administração determinou quebras de resultado para fins de controle, para fins de cobrança dos gestores, para fins de projeção. Então fazendo isso a gente integra a contabilidade societária com a contabilidade de fins gerenciais.

Eric [00:06:25] A gente falando de unidade geradora de caixa, a gente sempre pode se lembrar de ativos que servem à várias unidades. A figura que está ilustrando um grande cliente da M2M, a AEGEA, que tem um centro de serviços compartilhados, fica no interior de São Paulo, e esse centro de serviços compartilhados tem ativos, tem imóvel, melhorias nesse móvel, tem computadores, têm software, tem salas de reuniões bem bacanas, todos os equipamentos que são usados para reuniões, para treinamentos, todos esses ativos não servem uma área específica, não servem uma unidade específica, servem à várias unidades.

Eric [00:07:33] Esses são ativos que a gente chama de ativos corporativos. Os ativos corporativos são ativos que a gente não consegue direcionar para uma unidade geradora de caixa específica. Então o que a gente faz? Em vez da gente direcionar um ativo para uma unidade, a gente rateia esse ativos corporativos por algum critério que faça sentido.

Eric [00:08:02] Em algumas situações, a gente utiliza o headcount, a quantidade de pessoas em cada área, em algumas situações, a gente utiliza o metro quadrado ocupado por uma unidade geradora de caixa, em algumas situações, a gente utiliza o resultado gerado por uma unidade geradora de caixa.

Eric [00:08:25] Ou o nível de serviço, se a gente conseguir medir isso, o nível de serviço que é tomado por essa unidade geradora de caixa, alguma forma que a gente consiga definir melhor o porte dessa unidade geradora de caixa para poder ratear esses ativos corporativos, porque os ativos corporativos, primeiro: eles devem ser testados no teste de impairment e eles também consomem recursos, então é importante a gente entender onde alocar esses ativos corporativos.

Eric [00:09:08] Eu vou propor uma atividade. Para essa atividade, eu acho interessante que vocês façam uma pausa no vídeo, para de assistir o vídeo um pouquinho e anota numa folha de papel, num bloquinho, anota o seguinte: se um auditor ou auditoria externa fizesse uma pergunta sobre unidade geradora de caixa, você saberia responder isso para empresa que você trabalha?

Eric [00:09:36] Ou se você não está trabalhando, para uma empresa que você trabalhou ou para a empresa que você pretende trabalhar, você consegue fazer essa definição? Explicar quais são as unidades geradoras de caixa e por que as unidades geradoras de caixa foram definidas desta forma.

Eric [00:09:57] Então essa é uma atividade que deve te ajudar na prática do seu trabalho, ou numa entrevista de emprego, tanto faz, mas é uma pergunta bastante importante. Se alguém te fizer essa pergunta: justifique a unidade geradora de caixa, porque a unidade geradora de caixa é dessa forma, porque foi definida dessa forma, e talvez pensar em alternativas: porque não foi definido de outra forma? Será que a empresa definiu a unidade geradora de caixa de uma forma porque a gente já tinha relatórios prontos, com boa parte das informações que aquela unidade geradora de caixa demandaria. Pense em alguma coisa desse tipo.

Eric [00:10:55] E depois desta atividade, vamos fazer um exercício um pouco mais rápido, que é o seguinte: uma unidade geradora de caixa possui um valor contábil de R$500 mil. Ao fazer o teste de impairment, chegamos em um valor recuperável maior do que R$500 mil para unidade geradora de caixa, no entanto, existe nesta unidade um ativo com valor contábil de R$100 mil, então um dos ativos da UGC tem valor contábil de R$100 mil, e valor líquido de despesas de venda, o valor justo líquido de despesa de venda de R$60 mil, portanto, o valor justo líquido de despesa de venda é menor do que o valor contábil desse ativo individual.

Eric [00:11:47] A pergunta é: o que fazer nesta situação? Devemos reconhecer uma baixa por impairment neste ativo ou não? Se você respondeu não, você está certo. Nenhuma perda deve ser reconhecida neste ativo, por quê? Porque ele deve ser testado na unidade geradora de caixa, e aí o valor em uso dessa unidade geradora de caixa, se ele for maior como está dizendo aqui do que o valor contábil, ele está justificando o valor contábil do ativo, ok?

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