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IAS 36 / CPC 01 (R1) - Teste de Impairment - Avançado - Conceitos fundamentais - Ilustração Impairment Petrobras 2

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01/01/2018
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

Você viu a divulgação de resultados da Petrobras de 2016 e deve estar se perguntando: como a empresa está com prejuízo mais um ano, se ela vem batendo recordes de produção? Vamos explicar: nos últimos três anos foram colocados impairments, num total de R$114 bilhões e um prejuízo acumulado de R$71 bilhões. Mas, o que é impairment? Impairment é o valor contabilizado como prejuízo. Que, na verdade, são desvalorizações de ativos. No caso de empresas de petróleo são considerados entre outras variáveis, a cotação do barril, a variação cambial e a taxa de juros. A grosso modo, é como se você tivesse um apartamento e durante uma crise no setor imobiliário o seu imóvel que valia R$100 mil em janeiro, no final do ano valesse R$80 mil. Não fossem os impairments, a empresa teria registrado lucro nos últimos três anos e estaria com balanço acumulado positivo em R$43 bilhões. Saindo de 71 bilhões negativos para enormes 43 bilhões positivos. Isso geraria dividendo aos acionistas, PLR aos trabalhadores e muito mais dinheiro investido na economia do país. Veja só: nenhuma outra petrolífera no mundo utilizou baixas contábeis de forma tão recorrente e de tamanha magnitude como vem fazendo a Petrobras. Mesmo com a crise internacional do petróleo, gigantes como a Exxon e a Chevron realizaram um impairment em torno de R$ 7 bilhões. Em valores absolutos, nenhuma empresa no mundo fez nem a metade dos impairments que a Petrobras fez. Por trás desta manobra, está a estratégia de privatização da companhia. Não por acaso, os principais bens depreciados pela gestão de Pedro Parente, o ministro do apagão, são justamente os que estão sendo privatizados a preço de banana. Como resultado desse desmonte, a empresa fechou 2016 com uma queda de 8% em relação ao ano anterior nas reservas de barris. Os investimentos da companhia também despencaram 32% e contribuíram para o aumento do desemprego. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, foram mais de 300 mil trabalhadores demitidos nesses três anos no setor do petróleo. Só a Petrobras dispensou 9.641 trabalhadores concursados. São 26 trabalhadores por dia, como Mishell e Pedro, o grande entreguista, as perdas são irreparáveis. Perde a empresa, perdem os trabalhadores, perdem os acionistas, perde o Brasil.

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