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Contabilidade para Advogados - Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC

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01/11/2019
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

Eric [00:00:00] Vamos falar sobre a demonstração dos fluxos de caixa. E para chegar nessa demonstração dos fluxos de caixa, a gente vai utilizar um exemplo bastante simples: a demonstração dos fluxos de caixa mostra a movimentação do grupo de contas chamado caixa e equivalentes de caixa. Então a gente parte do caixa do final de um período, chega no caixa do final de outro período. Então a demonstração dos fluxos de caixa mostra como é que variou o caixa de um período para o outro, faz uma conciliação.

Eric [00:00:40] A demonstração dos fluxos de caixa mais comum aqui no Brasil é a demonstração dos fluxos de caixa pelo método indireto. Se chama método indireto porque a gente parte do lucro para explicar o caixa. O lucro foi calculado no regime de competência, então o lucro não corresponde exatamente ao caixa, então a gente vai partir do lucro para explicar o caixa, a gente vai tirando o efeito de coisas que afetaram o lucro mas não afetaram o caixa desse período.

Eric [00:01:19] Então vamos lá. A demonstração dos fluxos de caixa é formada por três blocos: fluxo de caixa de atividades operacionais, o fluxo de caixa das atividades de investimento e o fluxo de caixa das atividades de financiamento. O fluxo de caixa das atividades operacionais começa pelo lucro do período, então o fluxo de caixa das atividades operacionais é que é mostrado de forma indireta, porque ele começa do lucro e vai fazendo ajustes até chegar na geração do caixa da operação.

Eric [00:02:10] Uma demonstração direta de fluxo de caixa seria, por exemplo: em vez de começar pelo lucro, eu teria recebimento de clientes, pagamento de fornecedores, pagamento de salários, pagamento de contas de consumo, algo desse tipo seria uma demonstração pelo método direto.

Eric [00:02:35] O fluxo de caixa dos investimentos e de financiamentos são diretos, então o que a gente encontra aqui são saídas de caixa para investimentos ou entradas de caixa quando você tem a venda de investimentos. No fluxo dos financiamentos, a gente tem entradas de caixa quando tem aporte de capital, quando tem um empréstimo novo. Tem saída de caixa quando tem pagamento de dividendos, quando tem pagamento de empréstimos, quando a empresa compra ações dela própria, ações em tesouraria.

P1 [00:03:15] Então a gente tem essa divisão em três bloquinhos, a soma desses três bloquinhos mostra a variação de caixa no período. Vamos fazer um exemplo simples, vamos começar com abertura de uma empresa, eu vou colocar aqui o balanço patrimonial da empresa. Primeira coisa: um sócio está fazendo um aporte de capital de R$3 mil, Vamos colocar lá CS, Capital Social: R$3 mil, e entrada no caixa de R$3 mil.

Eric [00:04:04] Essa atividade aqui afetou o caixa. Ela é uma atividade de quê? Ela é uma atividade de financiamento. Eu tenho sócio colocando dinheiro na empresa, aportando recurso. Então vou colocar aqui: fluxo de caixa de financiamentos. Tenho um aporte de R$3 mil. Fluxo de caixa dos financiamentos, vamos dar mais espaço para ele, e a gente coloca esse aporte de R$3 mil. É um fluxo de caixa positivo, entrou dinheiro na empresa.

Eric [00:05:01] O que mais que a gente pode ter aqui? Vamos pensar então na compra de um imóvel, a gente usou uma parte desse recurso para comprar um imóvel. A empresa vai ter uma atividade, ela vai alugar salas para terceiros, então vai comprar um imóvel. Vamos comprar um imóvel de R$2,500, e este imóvel, nós vamos contabilizá-lo, vamos chamá-lo de propriedade. Como a gente vai alugá-lo para terceiro, ele vai ser uma propriedade para investimento.

Eric [00:05:53] As propriedades para investimentos, na contabilidade, a gente pode mensurar a valor justo ou da mesma forma que o ativo imobilizado: a gente pode registrar pelo valor de custo e ir fazendo a depreciação desse ativo.

Eric [00:06:10] É o que a gente vai fazer, a gente vai depreciar essa propriedade, supondo que ela tem uma vida útil de 25 anos, então vou anotar aqui. Vida útil: 25 anos. Para saber a depreciação, eu tenho que saber o valor residual também. Vamos supor que ele seja R$0, quer dizer que R$2,500 dividido por 25, quer dizer que eu vou fazer depreciação de quanto por ano? Depreciação de R$100 por ano. Eu estou poupando espaço porque eu ainda preciso colocar uma demonstração de resultados aqui, mas acho que cabe aqui embaixo.

Eric [00:07:04] Então vou fazer a depreciação de R$100 por ano. Por enquanto, compramos essa propriedade. Vamos supor que a gente operou durante um ano e obteve receitas de aluguel. Então as receitas de aluguel, como é que foram? A gente recebeu em caixa R$240. A contrapartida das receitas de aluguel vai estar lá na demonstração de resultado do exercício, então a DRE vai ter receita de aluguel de R$240.

Eric [00:07:51] Vamos supor que nesse exercício, eu não tive mais nada, só comecei a operação e tive essas receitas de aluguel, e durante o período, como eu usei esses Imóveis, eu vou registrar a depreciação deles. Então eu vou registrar uma despesa de depreciação: despesa de depreciação de R$100. Essa despesa de depreciação reduziu o valor do meu imóvel lá no ativo.

Eric [00:08:25] Eu tenho um lucro, receitas menos despesas, eu tive um lucro de R$240. Vamos trazer esse lucro para o patrimônio líquido, ele está lá aumentando o meu patrimônio líquido. Opa, R$240 não, R$240 menos R$100, então R$140, agora sim.

Eric [00:08:55] Vamos fazer o resto dessa demonstração de fluxo de caixa. Eu tenho lucro de R$140. Neste bloquinho da demonstração dos fluxos de caixa, no fluxo de caixa operacional, eu mostro o caixa indiretamente, então eu comecei lá em cima do lucro, e eu vou fazer o seguinte: eu vou ajustar todos os itens que afetaram o lucro, mas não afetaram o caixa do período, por exemplo: a gente, tem um único evento, a depreciação. A depreciação afetou o lucro deste exercício, mas não afetou o caixa do exercício, então o que a gente vai fazer? Vamos excluir o efeito da depreciação.

Eric [00:10:06] Era um número negativo, então o que a gente vai fazer? A gente vai somar a depreciação, ela vai ser um número positivo, de R$100. Então o fluxo de caixa das operações fechou em R$240.

P1 [00:10:30] O fluxo de caixa dos financiamentos, eu já tinha colocado aqui o aporte dos sócios de R$3 mil. Falta eu colocar o investimento, porque a gente fez um investimento de R$2.500. Então eu tenho aqui um investimento em imobilizado de R$2.500. Então, como é que está a minha demonstração dos fluxos de caixa? Com as atividades operacionais, eu gerei R$240, com os financiamentos, eu obtive R$3 mil, com os investimentos, eu desembolsei R$2.500, então, eu tive uma variação no caixa de quanto?

Eric [00:11:38] Tive uma variação no caixa de R$740. Por que variação no caixa? Porque a gente começou a empresa do zero, a empresa tinha R$0 no caixa. R$3 mil menos R$2.500 dá R$500, mais R$240, dá justamente os R$740 que a gente viu aqui na variação do caixa.

Eric [00:12:10] Para a gente finalizar esse exercício, vamos mudar uma variávelzinha, uma só. Vamos colocar uma premissa aqui: vamos supor que os clientes de aluguel pagam após o mês e encerrado. Então quando eu encerrei aqui o meu resultado no mês de dezembro, vamos supor que eu ainda tenho um mês pendente, então a receita do ano todo foi R$240. Vamos supor que as receitas foram lineares ao longo do ano, então R$240 dividido por R$12, eu tenho uma receita de R$20 por mês. R$240 por R$12, eu tenho uma receita de R$20 por mês.

Eric [00:13:14] Vamos supor então que chegamos lá no fim do ano, 31 de Dezembro de qualquer ano, e tem ainda um valor a receber de R$20. Primeiro vamos ajustar aqui, o resultado não muda nada porque a gente está em regime de competência, não em regime de caixa, então o que muda?

Eric [00:13:38] O caixa, se eu não recebi todos os aluguéis do ano, recebi só R$220, então tem que corrigir essa entrada. Os R$20 restantes vão estar onde? No contas a receber. Então a empresa começou com contas a receber R$0, e no final do período, ela ficou com contas a receber de R$20. Então nessa demonstração pelo método indireto, a gente coloca também variação em contas de ativos e passivos operacionais, então variação no contas a receber.

Eric [00:14:19] Quando contas a receber aumenta, eu tenho menos caixa porque eu estou empurrando o recebimento para frente, estou postergando o recebimento. Quando eu tenho variação positiva no estoque, eu tenho mais estoque, então eu tenho também menos caixa, então variações positivas no ativo refletem em menos caixa. Meu contas a receber aumentou R$20, então eu tenho aqui menos R$20, quer dizer, o meu fluxo de caixa operacional neste caso foi de R$220

Eric [00:14:57] A variação no caixa foi não R$740, foi R$720. Se eu tivesse falando de variação em contas de passivos, por exemplo, fornecedores. A conta de fornecedores aumentou em R$30 em um período, quer dizer que eu estou postergando o pagamento, então quando eu postergo o pagamento, sobra mais dinheiro no caixa. Então variações positivas no passivo refletem em mais caixa.

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