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Mercado Financeiro e Fintechs

O que são contratos futuros?

O que são contratos futuros?
28/10/2020
Wesley Carvalho
Expert

Futuro é uma modalidade de instrumento financeiro derivativo, e também um tipo de contrato que é utilizado como referência para o preço de uma moeda, commodity, taxa de juros, taxa de câmbio ou índice de ações em uma data futura. Por representarem uma referência de preços em datas futuras, os contratos futuros determinam a precificação de muitos derivativos, incluindo swaps, termos e opções.

É importante enfatizar que o mercado futuro é uma evolução do mercado a termo, no sentido em que é mais organizado, padronizado e com mecanismos de redução de riscos, e os contratos futuros são negociados somente em bolsa. A principal diferença entre esses dois tipos de derivativos é que, no mercado a termo, os compromissos são liquidados integralmente nas datas de vencimento, e no mercado futuro, os compromissos são ajustados financeiramente às expectativas do mercado acerca do preço futuro de determinado ativo por meio do procedimento de ajuste diário, que apura as perdas ou ganhos da operação (BMF & CVM, 2015).

Um contrato futuro consiste na obrigação de fazer a entrega (para o vendedor) e no direito de receber (para o comprador) uma mercadoria em uma data futura, com o preço estabelecido hoje. A palavra “obrigação” enfatiza o fato de que os contratos futuros são acordos legalmente executáveis.

Os participantes do mercado podem comprar ou vender futuros (os contratos e seus respectivos preços). Assim, os derivativos podem servir para:

  1. Hegde ou Proteção - quando os participantes transferem risco entre si;
  2. Especulação - quando os participantes apostam na trajetória futura do preço de um ativo, objetivando o lucro na operação;
  3. Arbitragem - quando os participantes aproveitam distorções (diferenças) de preços de um ativo-objeto em diferentes mercados e compram onde está mais barato e vendem onde o preço está mais alto. Ex.: tomar recursos em dólares no exterior, pagando libor, e aplicar em cupom cambial na B3.

Outra questão é que os contratos futuros são derivativos padronizados, ou seja, são contratos que possuem estrutura previamente padronizada por regulamentação de bolsa, estabelecendo todas as características do produto negociado, como cotação, data de vencimento, tipo de liquidação e outras.

A seguir apresentamos um exemplo das características técnicas de um contrato futuro de DI:

Objeto de negociação A taxa de juro efetiva até o vencimento do contrato, definida pela acumulação das taxas diárias de DI no período compreendido entre a data de negociação, inclusive, e o último dia de negociação do contrato, inclusive.
Código de negociação DI1
Tamanho do contrato Preço unitário (PU) multiplicado pelo valor em reais de cada ponto, sendo cada ponto equivalente à R$1,00 (um real). O contrato vale 100.000 pontos no vencimento.
Cotação Taxa de juro efetiva anual, base 252 dias úteis, com até três casas decimais.
Variação mínima de apregoação 0,001% do 1º ao 3º mês de vencimento; 0,005% do 4º ao 12º mês de vencimento; e 0,01% para os demais vencimentos.
Lote padrão 5 contratos.
Último dia de negociação Sessão de negociação anterior à data de vencimento.
Data de vencimento 1º dia útil do mês de vencimento.
Meses de vencimento Todos os meses.
Liquidação no vencimento Financeira.

A negociação de contratos futuros ocorre em lotes mínimos de um contrato, cinco contratos ou dez contratos, dependendo o grau de liquidez dos mercados: a Bolsa determina os grupos de contratos que se enquadram em cada faixa. Esse procedimento facilita a montagem de estratégias e evita que elas sejam inviabilizadas pela interferência de terceiros comprando ou vendendo uma pequena quantidade de contratos (Hull, 2016).

Para assegurar a integridade do mercado, a B3 reavalia diariamente as garantias necessárias. O nível das garantias exigidas dos agentes de compensação é estabelecido de acordo com os riscos efetivamente incorridos nas posições detidas pelos investidores sob sua responsabilidade.

O total de margem exigido para as posições detidas por um investidor é obtido pelo cálculo de dois componentes:

  • Margem de prêmio: corresponde ao custo de liquidação da carteira de um investidor.
  • Margem de risco: corresponde ao valor adicional necessário à liquidação da carteira de um investidor no caso de uma variação adversa nos preços de mercado.

Exemplo com contrato futuro de DI1

O Banco XYZ comprou 200 contratos futuros de DI de um dia pela taxa de 14,45%, faltando 85 dias úteis para seu vencimento.

Quando o Banco XYZ compra um derivativo de taxa, dizemos que ele está vendido em PU, pois o preço unitário (PU) de um futuro de taxa é estabelecido com base em um cálculo de valor presente, no qual, quando a taxa sobe, por estar no denominador da fórmula, o PU cai:

Nesse exemplo, o banco está “comprado em taxa”, logo “vendido em PU”.

No mercado brasileiro, é comum a referência à compra ou à venda de taxa, já que a taxa é o objeto de negociação do próprio contrato. Ao negociar uma taxa, gera-se um PU em posição contrária ao que for negociado em pregão:

  • A venda de taxa gera um PU comprado.
  • A compra de taxa gera um PU vendido.

Referências
BMF & CVM. (2015). Mercado de derivativos no Brasil: conceitos, produtos e operações. Rio de Janeiro.
Hull, J. C. (2016). Opções, futuros e outros derivativos. bookman.

 
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