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20/10/2020
Berenice Righi Damke
Especialista em Gestão de Riscos Financeiros e Derivativos

Aqui nós vamos focar em opções de dólar. Os nossos exemplos serão sobre opções de real por dólar. Mas antes, vamos entender um pouco mais sobre os conceitos e a nomenclatura que estará presente nesses próximos exemplos.

Opções, você pode pensar que são similares a um seguro, em que você se protege de variações adversas naquele ativo-objeto. Ah e que ativo-objeto a gente pode negociar? Vários: taxa de câmbio, taxa de juros, preços de commodities, ações, índices de ações e assim vai.

Nesse caso, você pode tanto comprar quanto vender uma opção. E além disso, aqui surge uma complexidade a mais, que é: existem opções de compra e opções de venda. Então, o primeiro ponto dessa história é que a gente precisa entender direitinho quando a gente compra, quando a gente vende e qual opção a gente precisa negociar. E isso tem a ver com o seu objetivo com este derivativo, o que você quer ali naquela operação.

Bem, a gente também pode ter dois tipos principais de opções, que são: as europeias, em que só há um único exercício no vencimento, e as americanas, em que a gente pode fazer o exercício desta opção a qualquer momento.

Aquele que compra uma opção é chamado de titular e aquele que vende também é chamado de lançador. Então, esses nomes vira e mexe podem aparecer, principalmente nas notas de negociação, no sistema de registro, é bastante comum as partes serem chamadas assim, de titular e lançador. Aqui também tem a história de parte e contraparte, né? Precisamos sempre ter alguém que compra e alguém que vende.

E as opções podem ser negociadas no mercado de balcão ou diretamente em bolsa, nós temos as duas possibilidades. As negociadas diretamente no mercado de balcão também são chamadas de opções flexíveis e as em bolsa também são chamadas de listadas.

Bem, nós temos sempre um preço de exercício. Esse é o preço pelo qual a opção será exercida. Aqui no Brasil, quase sempre no vencimento, porque, em geral, nós negociamos opções europeias. E o prêmio é aquilo que a gente paga quando compra a opção, ou quando a gente vende a opção, esse prêmio é aquilo que a gente recebe.

Lembra que no início eu te falei que opções lembram seguro? Isso. Então, pensa no seguro do seu carro, por exemplo. Você quando compra esse seguro paga um prêmio para a seguradora, que recebe esse prêmio de você para ativar a proteção que você está buscando.

Aqui é igual. Nas opções financeiras, a gente também tem o prêmio, que é um valor que aquele que compra a opção deve pagar e aquele que vende a opção recebe.

Quando a gente negocia uma opção de compra e quando a gente negocia uma opção de venda? Primeiro, é importante então a gente alinhar essa questão da nomenclatura. Call são opções de compra e puts são opções de venda. A call, a gente se torna dono de um direito de comprar, isso quando a gente compra uma call. E se a gente vende uma call?

Bom, se a gente vende uma call, a gente pode ser exercido. Isso significa que alguém comprará de nós aquele ativo-objeto por um preço pré-definido, que é exatamente o preço de exercício ou strike.

Certo. E se eu quero ficar o dono de um direito de vender? Aí você precisa comprar uma put, porque aí você fica dono desse direito. Ok, e se eu vendo uma put, o que é que acontece?

Aí você deu a alguém o direito de vender para você. E é claro, né gente? Esses direitos só serão exercidos quando for de interesse do titular, quando o titular tiver um valor a receber. Portanto, se você vende uma put, você será exercido numa situação em que você terá que comprar de alguém um ativo-objeto por um preço desfavorável.

Ou seja, na prática, você vai ter que pagar um ajuste para alguém. E é por isso que a gente normalmente não recomenda que opções sejam vendidas sem uma cobertura, sem alguma contrapartida lá no teu operacional. E teremos a oportunidade agora de entender com mais detalhes essas situações em que a gente compra e que a gente vende opção.

Mas quase sempre, o hedge envolve a compra de uma opção ou, no máximo, uma estrutura em que a gente compra uma e vende outra opção. E quase sempre, a opção vendida tem o objetivo de reduzir o prêmio da opção comprada, ou seja, reduzir o custo da estratégia.

Desconfie de estratégias que envolvem muitas opções. Quase sempre, elas em algum momento, deixam de ser hedge e a gente só descobre essa situação naqueles momentos mais adversos, quando a volatilidade começa a trazer ajustes, margens que impactam quase sempre de maneira adversa o caixa da companhia.

E essa é a história dos derivativos tóxicos e a crise de 2008. Foi um tempo de muita volatilidade nos mercados financeiros. Portanto, cuidado com as estratégias. Nós falaremos aqui no curso sobre as estratégias mais comumente usadas para fins de hedge e você verá aqui que as regras envolvem apenas duas opções.

Duas opções em que a gente compra uma e vende a outra, para assim, ter um custo de prêmio menor. Mas nesse caso, também tem uma contrapartida. E eu te explico isso mais adiante.