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Introdução a Derivativos - Casos Aplicados de Uso de Derivativos, por empresas listadas na B3, em 2020: - Caso Prático 4 - Tupy

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20/10/2020
Berenice Righi Damke
Especialista em Gestão de Riscos Financeiros e Derivativos

Berenice Damke [00:00:0-1] Esse é o caso da Tupy. Eu também te convido a assistir Damke Entrevista, que eu fiz com o CFO deles, contando um pouco mais essa história de como a companhia trabalha sua exposição cambial. Bem, a empresa é exportadora, tem dívidas dolarizadas, mas tem um mix porque, também, tem receitas em reais e dívidas em reais. É claro que não dá para equilibrar 100%. Os derivativos vão entrar, justamente, fazendo o Hedge dessa exposição cambial líquida.

Berenice Damke [00:00:42] Bem, um ponto interessante é perceber que a companhia decidiu tomar algumas dívidas em reais, justamente, porque parte da sua receita é em reais, então já gera um Hedge natural, mitiga a exposição cambial; é uma decisão interessante na medida em que se ela tomasse só dívidas dolarizadas, ela teria uma exposição cambial maior. A Tupy, adota Hedge Accounting. Interessante comentar que ela usa Hedge Accounting apenas em uma das situações a qual ela está exposta à variação cambial. E essa versão a Hedge Accounting tem a ver com investimentos que a companhia possui no exterior.

Berenice Damke [00:01:25] E estes investimentos, que geram receitas dolarizadas, são protegidos por empréstimos dolarizados. Então, perceba que o Hedge Accounting tem como objeto de Hedge e instrumento de Hedge não derivativo, mas, sim, duas situações que fazem parte do negócio. Uma situação operacional, que é a receita em moeda estrangeira e uma situação financeira, que é um endividamento dolarizado. Ao adotar esse Hedge Accounting, a companhia suaviza o efeito da variação cambial sobre o resultado. E esse, aliás, foi um dos pontos que o CFO comentou comigo que fez com que a companhia decidisse por essa adoção. Além disso, a Tupy também faz Zero Cost Collar.

Berenice Damke [00:02:15] E, nesse caso, também faz o Collar numa posição posição que ela fica vendida, ou seja, ela recebe quando o câmbio cai, paga quando o câmbio sobe e aqui, então, esse gráfico que eu coloquei para vocês, ele está pautado nesses Strikes aqui, nesses preços de exercício da CALL e da PUT, que a própria companhia mencionou no seu ITR de 2020. Para saber a história completa de Tupy, assiste Damke Entrevista e, claro, analisa também essa demonstração financeira. Mas, é interessante porque essas histórias que eu estou aqui dividindo com vocês, em grande parte a gente traz lá das nossas explicativas.

Berenice Damke [00:02:56] Às vezes, só lendo a nota explicativa, a gente não consegue pegar a história completa, mas sabendo de derivativos a gente vai juntando as pecinhas e entendendo como é que a companhia está usando essas estratégias derivativos para mitigar seu risco de variação cambial. Interessante que a Tupy também faz o Collar de peso mexicano. E isso acontece porque a companhia tem uma operação no México e aqui, então, ela tem despesas operacionais que ela quer garantir que terá peso suficientes para pagar. E aí, ela faz o Zero Cost de dólar contra peso.

Berenice Damke [00:03:36] E, neste caso então, ela não denomina esses Zero Cost para Hedge Accounting justamente porque ela não tem certeza em relação aos prazos envolvidos nas situações que são protegidas pelo Hedge Accounting. E essas incertezas poderiam, aliás, descaracterizar e trazer um resultado diferente do previsto. Mas, sem dúvida, é uma empresa que tem muito para nos inspirar em relação ao uso de derivativos para fins de Hedge. Para finalizar o caso de Tupy, aqui eu trouxe um recorte da análise de sensibilidade que ela coloca na sua nota explicativa de fatores de risco. Então, percebam que em movimentos de alta da taxa de câmbio, olha só, a Tupy consegue sim se beneficiar disso, quando você junta a exposição cambial líquida da companhia, ela consegue se beneficiar da alta, ela consegue aumentar o seu resultado quando a taxa de câmbio sobe e é, de fato, o que a gente espera de uma companhia exportadora.