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Operações de crédito - Crédito Pessoal CDC e Desconto

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01/06/2020
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

No nosso slide 5, nós temos uma lista de operações de crédito. E nos slides subsequentes, temos alguns detalhes sobre essas operações.

Eu vou falar de cada um desses tipos de operação de crédito, mas é importante que você leia os slides também, para pegar aqueles detalhes que eu não estou mencionando aqui nesse vídeo.

Então, antes de fazer algum teste, antes de evoluir com o curso, volte lá nos slides, leia esses slides que não são mostrados aqui no vídeo, combinado? Muito bem. Então, vamos começar falando das operações de crédito pessoal.

Operações de crédito pessoal são aquelas realizadas para pessoa física.

Então, tem uma instituição financeira concedendo crédito a uma pessoa física. O crédito pessoal, a gente chama de empréstimo porque ele não tem uma destinação específica. Não está financiando um bem específico.

Então, ocorre a liberação de recursos financeiros.

Então, a pessoa física está recebendo recursos financeiros.

A instituição financeira está entregando dinheiro para essa pessoa física.

É bastante comum a gente, quando caminha pelos centros de grandes cidades, centros de capitais ou qualquer grande cidade... A gente vai caminhando pelo Centro e aí passa em frente a uma financeira, ou uma agência de um banco comercial que atua bastante aqui nessas linhas de crédito pessoa física, e você tem pessoas ali entregando papeizinhos para você tomar um empréstimo pessoal. Bom, o empréstimo pessoal, então, é concedido para uma pessoa específica.

Essa pessoa passa a ser devedor da instituição financeira. Legal?

Bom, esse é um tipo de operação que é caracterizado como operação de crédito, como operação de empréstimo ou financiamento.

Então, ela tem hoje incidência de IOF.

Eu não vou repetir isso para todos os produtos, por quê? No geral, as operações de crédito têm incidência de IOF, tá?

É o Imposto sobre Operações Financeiras. A gente tem um específico que é para operações de crédito. Vou fazer um destaque só em um produto específico, que não tem o IOF, mas não vou ficar repetindo isso para cada um dos produtos.

Via de regra, existe IOF sobre operações de crédito. Muito bem.

Então, este é o crédito pessoal. Crédito pessoal pode ser pago...

Essa é a liberação, né? O fluxo de caixa negativo.

Ele pode ser pago em um único fluxo, num único vencimento. Ou, o que é bastante comum neste tipo de crédito, que a gente tenha pagamentos parcelados. Muitas vezes... Ou até mais longe, na maioria das vezes, a gente encontra esse crédito pessoal sendo pago em parcelas iguais.

Você que usa calculadora financeira, a HP 12c ou alguma outra calculadora financeira, ouu que usa o Excel, também, essas parcelas fixas é o que a gente chama de PMT nessas calculadoras, né? De payment.

Então, esse PMT são parcelas fixas. São parcelas iguais. Legal.

Outro tipo de empréstimo que é bastante comum, também, outro tipo de operação de crédito que é bastante comum e que também tem essa característica aqui de pagamentos iguais, pagamentos parcelados em parcelas fixas, é o CDC. O CDC é o Crédito Direto ao Consumidor.

CDC também parte de uma instituição financeira para uma pessoa física. O CDC, a gente normalmente não chama de empréstimo, a gente chama de financiamento. Por que chama de financiamento? Porque o CDC tem uma destinação específica. Ele está financiando a compra de um bem.

Então, poderia, por exemplo, comprar um veículo e financiar este veículo por meio deste produto, do CDC.

Então, eu comprei um veículo. A instituição financeira desembolsou dinheiro, mas ela não está me entregando esse dinheiro. Não diretamente. Ela desembolsou.

Ela fez a compra de um veículo.

Ela entregou este veículo para um comprador.

Então, este cara aqui, vamos chamar ele de cliente. É o cliente da instituição financeira.

O veículo vai ser propriedade do cliente.

Ou seja, quando o cliente pegar o documento, o documento vai estar no nome do cliente. Porém, no CDC o veículo está alienado à instituição financeira. Ou seja, o veículo é garantia dessa transação.

Aí, se não fosse um veículo, se fosse um outro bem, um computador, por exemplo. Esse bem também seria a garantia da operação. Mas quando a gente fala de bens como um liquidificador, um computador, é mais difícil para a instituição financeira retomar esse tipo de garantia, porque no mercado secundário essas garantias valem muito pouco.

E o custo de retomar, imagina! O custo de uma instituição financeira ir até a casa de um cliente para tomar um liquidificador, ou algum outro bem que não tenha um valor tão expressivo, e depois o custo de revender esse bem no mercado secundário. É uma garantia, mas o custo é alto para retomar essa garantia.

Então, o CDC acaba sendo mais interessante para bens que têm valores maiores.

Estou falando da garantia, tá?

A garantia dele é mais interessante, tem mais valor quando a gente está falando de bens maiores. Porque aí, o custo de eu retomar um veículo é bem menor, relativamente, ao valor recuperado na venda desse veículo, tá? Mas o produto é bastante comum. Seja para a compra de veículos, seja para a compra de bens.

Tanto que o CDC não é concedido só por instituições financeiras. Muitas lojas de varejo concedem um financiamento para a compra de algum bem, dentro da loja.

Então, o cliente vai lá numa loja, uma rede de varejo, ele compra um bem.

Se ele não tem dinheiro para comprar o bem à vista, ele pode financiar esse bem na modalidade CDC, tá? Então, não precisa necessariamente ser um veículo. A questão que eu coloquei sobre o veículo, ou bens com maior valor, bens que tenham um valor mais expressivo, nesse caso, as garantias são mais interessantes para a instituição financeira. Porque ela tem o custo de retomar esses bens, mas ela consegue recuperar uma parte da perda, em caso de inadimplência, tá?

Por que eu estou chamando atenção disso?

Porque, quando você faz um financiamento e quando a garantia é boa, você tem taxas menores, tá?

Essa é a consequência.

Você tem garantia boa. Consequência é taxas menores. Então, CDC acaba sendo atrativo para um cliente, principalmente quando você tem garantias boas, garantias que têm um mercado secundário, como veículos, e que têm um valor interessante que vai sobrar para a instituição financeira, no caso de uma inadimplência.

Próximo tipo de produto que nós vamos falar é o produto de desconto. Produto de desconto é bastante interessante.

Porque, normalmente, quando a gente fala de uma operação de empréstimo ou uma operação de financiamento, normalmente, como a gente calcula os juros dessa operação?

A gente começa pensando no desembolso da instituição financeira.

Vamos supor que uma instituição fez um empréstimo ou um financiamento de 100.

E aí, para calcular o valor das parcelas ou o valor de um pagamento aqui no final, como a gente faz?

A gente capitaliza juros em cima desse valor, tá?

Em cima do saldo devedor.

Vamos supor que a gente tenha aqui um prazo n de um ano, uma taxa de juros de 10% ao ano, tá? E a gente vai encontrar o valor futuro, o valor que vai ser pago por um empréstimo em uma única parcela.

Como eu vou calcular isso?

Eu vou multiplicar o valor de 100 por 1 mais a taxa.

Colocar aqui 10%, vamos sinalizar aqui que essa é a taxa. Elevado ao período, período n, que no nosso caso é 1. No exemplo aqui é 1.

Então, o valor futuro que vai ser pago por esse empréstimo, vai ser 100 multiplicado por 1,1, elevado a 1 mesmo.

Então o valor futuro que vai ser pago por esse empréstimo é de 110. Na maioria dos empréstimos e dos financiamentos, a gente calcula as prestações ou os juros dessa forma. Partindo do valor presente de um saldo devedor e evoluindo isso ao longo do tempo. No desconto é diferente.

O desconto, como funciona?

Operação de desconto é o seguinte. O tipo de desconto mais comum é o desconto de duplicatas.

Mas, a algum tempo atrás, alguns bancos faziam desconto de cheque.

Você pode ter desconto de outros tipos de títulos também. Mas o mais comum é o desconto de duplicatas. Então, eu tenho contas a receber, duplicatas a receber dos meus clientes.

Vamos supor que eu tenha uma duplicata de R$ 100 mil, tá? Então, em um determinado momento, essa duplicata de R$ 100 mil, vamos supor que daqui a um mês eu receberia esse valor de R$ 100 mil diretamente do meu cliente.

Só que eu preciso de caixa agora.

Eu preciso de caixa no curto prazo para gestão do meu capital de giro, tá? Então, o que eu posso fazer?

Eu posso pegar um empréstimo para capital de giro, eu posso pegar algum outro tipo de crédito. Só que, no geral, empréstimo sem garantia tem taxas mais altas.

Se eu for fazer um desconto de duplicata, o que vai acontecer? Eu vou pegar esta duplicata, vou entregar para a instituição financeira. Vou falar: fica com a minha duplicata de R$ 100 mil.

Quando o cliente pagar, daqui a um mês, a instituição financeira fica com R$ 100 mil.

E aí, o que ela faz?

Ela me entrega dinheiro hoje.

Só que ela vai descontar esse dinheiro.

Ela vai trazer esse dinheiro a valor presente. E nas operações de duplicata, é bastante comum a gente fazer o cálculo, não da forma tradicional de juros compostos, que seria dividir R$ 100 mil por 1 mais uma taxa elevada ao prazo.

No desconto de duplicata, normalmente, não é assim que acontece. Desconto de duplicata, a gente pega a taxa ao mês.

Vamos supor que a instituição financeira falou: eu desconto sua duplicata, só que com uma taxa de 5% ao mês.

Então, o que ela vai fazer?

Ela vai aplicar 5% em cima do valor futuro.

Então, o desconto vai ser 5% do valor futuro. 5% de R$ 100 mil.

Quer dizer que a instituição financeira vai me entregar R$ 95 mil, legal? É a mesma coisa?

Não, não é a mesma coisa. Não é a mesma coisa, tá? Se você partir de um valor presente de R$ 95 mil, que é o quanto a instituição vai te entregar aqui nessa operação de desconto, se você for apropriando juros a 5% ao mês, daquele jeitinho que eu tinha falado... 1 mais taxa elevado ao prazo.

Você não vai chegar em R$ 100 mil, tá? Porque a taxa efetiva de juros, nesse caso, é um pouco maior do que 5%.

A gente calculou de uma outra forma os juros, tá? Então, essa é uma diferença na operação de desconto. Você fala uma taxa de juros, só que essa taxa de juros está sendo aplicada sobre o valor futuro, e não sobre o valor presente. O que faz com que a taxa efetiva da operação de desconto seja um pouco maior.

Mais interessante para a instituição financeira, menos interessante para o cliente, tá? Então, esse valor presente aqui da operação de desconto foi calculado como? Eu peguei o valor futuro, que é o valor da duplicata, poderia chamar de valor nominal também. Menos o desconto.

Como eu calculei o desconto?

Desconto eu calculei o valor futuro e multipliquei por uma taxa de juros.

Então, eu poderia dizer que o valor que eu recebi aqui, o valor presente, é igual ao valor futuro, menos o próprio valor futuro multiplicado por uma taxa de juros. Ou, melhor, eu poderia dizer que o valor presente, o valor que eu vou receber da instituição financeira, é igual ao valor futuro, o valor nominal da duplicata, multiplicado por 1 menos taxa de juros. Legal?

Então, se minha taxa de juros é 5%, o meu valor presente vai ser o valor futuro, valor nominal, multiplicado por 1 menos 5%, que é 0,05. Ou seja, 95% do valor nominal. Legal?

Não é tão complicado assim, né? Operação de desconto de duplicata é uma operação bastante comum para pessoa jurídica. E aí, independe de ser uma pessoa jurídica de grande ou pequeno ou médio porte.

Ela é até uma operação bastante usada por pequenas e médias empresas.

Porque as pequenas e médias empresas não têm muito acesso a linhas de crédito mais baratas. Então, a operação de desconto acaba sendo uma alternativa interessante.

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