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Aplicações financeiras - Fundos e Aplicações Financeiras

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01/06/2020
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

Vamos falar um pouquinho sobre os fundos de investimento?

Fundos de investimento são formas de investimento coletivo. Fundo de investimento são regulados pela CVM.

Existe uma instrução da CVM, atualmente, a instrução CVM 555, que regula os principais fundos de investimento, como fundos de investimento em renda fixa, em ações, os fundos cambiais e também os fundos multimercado.

A denominação dos fundos tem a ver com o principal tipo de ativo que cada fundo aplica.

Então, fundo de renda fixa tem o percentual o maior percentual de ativos aplicado em títulos de renda fixa.

Então, normalmente, os fundos com risco mais baixo são os fundos de renda fixa.

Significa que nunca haverão perdas? Nunca vai ter perdas em fundos de renda fixa?

Não, não é isso. Mesmo que você esteja aqui em um fundo negociando apenas títulos públicos, que são títulos com um risco baixo, pode acontecer de um fundo de renda fixa gerar perdas, em determinados períodos.

Como é que acontece isso?

Bom, um título público vai gerar um rendimento prefixado ou pós-fixado se ele for mantido até o vencimento. Mas se ele for vendido antes do vencimento, se ele for negociado, ele vai ser negociado a um preço de mercado. E esse preço de mercado pode ser mais baixo do que o preço da aquisição, gerando um prejuízo na venda.

Bom, então, um fundo de renda fixa, apesar de ter risco mais baixo, em algumas situações, o fundo de renda fixa pode gerar perdas também.

Então, além de a gente olhar para essas questões aqui de tipos de fundo, tem fundos que aplicam mais em renda fixa, tem fundos que aplicam mais em ações, tem fundos que aplicam em títulos cambiais e tem os fundos multimercados, que vão montando a estratégia do momento e têm um pouco mais de liberdade de aplicações.

Então, além disso, a gente tem que olhar para a questão do risco, também. Ele pode ter risco baixo, um risco alto ou alguma coisa aqui entre o risco alto e risco baixo.

De novo, vou lembrar daquela máxima de finanças, que é: quanto maior o retorno, maior o risco.

Então, espera-se que os fundos que dão retorno mais alto, vão ter um risco mais alto também.

Então, eu olho para o histórico de um fundo. Vejo que, em um ano, esse fundo gerou um rendimento de 30%. Vou falar: nossa, 30%, excelente! Vou investir nesse fundo. E aí, no ano que eu investi, justamente nesse ano, o fundo gera uma perda e não um ganho.

Ele pode gerar uma perda de 30% também.

É algo muito alto, algo bastante relevante, mas um fundo que tenha risco alto, pode gerar grandes perdas.

Em alguns casos, existem fundos alavancados, que podem gerar perda de 100% do capital ou até mais do que 100%.

Eles podem chamar, fazer uma chamada de capital.

Mas essa questão do risco do fundo deve ser comunicada pela instituição financeira ao cliente.

Um cliente que faz uma aplicação financeira, faz uma aplicação em um fundo, precisa ter ciência do risco que ele está assumindo.

Então, numa aplicação como essa, a instituição financeira precisa pedir a assinatura do cliente.

Precisa que ele assine um termo de ciência de risco.

O cliente, se está fazendo uma aplicação via internet, antes dele dar o aceite na aplicação, o aplicativo do banco deve pedir para ele ler um termo dizendo que ele tem consciência do risco que está assumindo. A hora que ele falar: já li, aceitos riscos. Aí sim, ele vai conseguir fazer essa aplicação, tá?

Então, a instituição financeira precisa informar ao cliente qual é o risco que ele está tomando na aplicação financeira. Não necessariamente um fundo que tem risco alto vai dar um retorno alto.

É esperado, mas isso não é uma matemática exata. O fundo com risco alto, justamente por ter risco alto, pode gerar perdas também.

Alguns fundos de risco mais baixo costumam dar um retorno próximo à taxa básica de juros, um pouquinho mais que a taxa básica de juros. Mas, por outro lado, eles têm menos probabilidade de gerar perda.

Ao investir em um fundo de investimento, você está comprando um pedacinho do capital do fundo.

Você está comprando cotas desse fundo?

O gestor do fundo vai pegar o seu dinheiro, vai pegar aqui o dinheiro das suas cotas, e vai investir nesses ativos de renda fixa, ações, e outros tipos de ativos.

Então, o que se espera?

Se espera que o gestor do fundo maximize o retorno do fundo, investindo em ativos que vão se valorizar. E, cada vez que um um cotista sai desse fundo, ele vai vender as suas cotas, o que vai acontecer? O gestor precisa ter disponibilidade, ele precisa de caixa para recomprar essas cotas.

Então, para ter caixa, muitas vezes ele vai ter que vender ativos. E, dependendo do ativo, dependendo do dia, ele pode perder dinheiro.

Ele pode sacrificar a rentabilidade de outros acionistas, para garantir a liquidez do cotista que está saindo do fundo.

Existem alguns fundos que nós chamamos de fundos estruturados. São, por exemplo, os fundos de investimento imobiliário, os fundos de investimento em direitos creditórios, tá? Que têm uma regulamentação específica e que são estruturados para alguns tipos de ativos específicos.

É importante a gente saber que uma aplicação em um fundo de investimento não é protegida pelo Fundo Garantidor de Crédito.

Então, se por um lado a gente tem muito mais flexibilidade com o fundo de investimento, quer dizer... O fundo de investimento, o gestor não está aplicando em um ativo único. O gestor está lá manejando, comprando e vendendo ativos, para maximizar a rentabilidade do fundo.

Então, ele tem mais chances de produzir resultados positivos. Mas, por outro lado, a gente perde em segurança. Então, fundo de investimento não tem proteção do Fundo Garantidor de Crédito.

Por isso, ele é regulamentado pela CVM.

Por isso, ele passa por processos de auditoria.

Tem alguma rigidez aí nesse processo, na tutela dos seus investimentos. Os fundos de investimento, no geral, também são tributados no resgate.

Então, você, ao resgatar as suas cotas, essa aplicação financeira vai pagar imposto de renda, tá?

Então, isso é algo bastante importante de se levar em conta, nesse tipo de aplicação financeira.

Mas, apesar dos riscos e apesar de não ter proteção do Fundo Garantidor de Crédito, a rentabilidade dos fundos, em relação a outras aplicações com maior proteção, ela, na média, costuma ser mais alta.

Por isso, os fundos de investimento costumam ser os meus preferidos, as minhas aplicações financeiras preferidas. Por questão da diversidade e do meu tipo de investidor.

Eu sou um investidor, aqueles que tomam riscos mais altos. Então, para o tipo de investidor que eu sou, eu aplico meu dinheiro em fundos. E, muitas vezes, nesses fundos chamados de fundos agressivos, os que tomam riscos mais altos. Mas têm possibilidade de retornos maiores, tá? E uma instituição financeira, antes de indicar uma aplicação financeira para o cliente, é preciso que a pessoa de relacionamento, o gestor de relacionamento com o cliente, ele saiba...

Bom, primeiro, ele tem que conhecer os produtos. Saber o que é uma conta de depósito à vista ou conta de pagamento, se ele estiver numa instituição de pagamento. O que é o CDB?

O que são as letras LCI, LCA?

O que são os depósitos de poupança, títulos públicos, os títulos de capitalização. O que são os fundos de investimento também, e seus tipos de fundos de investimento.

Por quê?

Porque um cliente tem determinados recursos financeiros. E, quando ele vem aplicar esses recursos financeiros, o gestor precisa saber o seguinte: desses recursos, tem parte dele que você precisa no curto prazo?

E tem parte dele que você precisa mais no longo prazo? E tem uma parte dele que é para a sua aposentadoria, por exemplo?

Então, esses recursos que o cliente está aplicando, como o cliente pretende usar isso depois?

"Daqui a um mês, eu tenho algumas obrigações a pagar, então já preciso resgatar. Daqui a um mês, dois meses". Ou: "eu vou fazer uma aplicação de mais longo prazo. Mas, daqui a três anos, quatro anos, eu pretendo sacar esse dinheiro e comprar um imóvel". Ou: "simplesmente, eu estou fazendo isso para a minha aposentadoria. Então, é uma aplicação de longuíssimo prazo", tá?

Então, você precisa entender um pouquinho da vida do cliente. E também do perfil do cliente. Mesmo que ele tenha uma aplicação de longo prazo, ou que seja para a aposentadoria dele, será que esses recursos vão fazer falta para o cliente?

Será que o cliente, se ele tiver uma perda, se esse cliente tiver perdas baixas, tudo bem para ele? Se ele tiver perdas moderadas também, ele pode viver sem esses recursos? Ou perdas altas.

Será que ele pode viver sem esse recurso?

Ou isso vai fazer falta lá para o compromisso que o cliente tem, para aposentadoria que o cliente tem?

Então, esse tipo de questão é importante para o gestor. Ele entender qual é o objetivo do cliente com a aplicação financeira. E, no caso de ocorrerem perdas, como essas perdas afetam a expectativa do cliente?

Como é que o cliente vai ficar?

No meu caso, eu falei que eu gosto de aplicar em fundos de investimento e, principalmente, fundo multimercado, fundos com risco mais alto.

Por quê? Porque a aplicação financeira que eu faço é uma aplicação financeira de mais longo prazo.

Se eu tiver perdas nessas aplicações financeiras, são perdas que não vão afetar o meu dia a dia.

Elas vão afetar, talvez, os meus sonhos de longo prazo. Elas podem atrasar um pouco a minha aposentadoria. Mas é algo que eu consigo gerenciar. Por isso, se eu tiver perdas altas, vou ficar chateado, mas é algo que não impacta a minha vida.

Eu não vou brigar com um gerente do banco ou com o meu assessor financeiro por causa dessas perdas.

Eu estou ciente de que eu posso ter essas perdas.

Agora, se você está fazendo aplicação financeira para um cliente que está fazendo uma aplicação de longo prazo, mas quer para fazer uma compra, uma viagem, pagar a pós-graduação ou a faculdade de um filho, aí é importante que esse cara, no mínimo, tenha o capital garantido. Ou uma rentabilidade mínima aí garantida, tá? Então, tem que levar todas essas questões em conta antes de indicar algum produto de aplicação financeira.

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