Nenhum resultado encontrado.

Contabilidade

IFRS 9 / CPC 48 - Perdas de crédito - Valor do dinheiro no tempo

Tenha acesso ilimitado

Acesso a cursos, guias, artigos e vídeos. Sem pontuação CRC.

R$100

/mês

Começar Também preciso de pontos CRC
01/01/2017
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

P1 [00:00:00] Voltando a falar do valor do dinheiro no tempo em relação as perdas de crédito nos ativos financeiros, nós vamos fazer um exercício. Esse exercício tem como objetivo, exatamente, fazer a gente pensar sobre isso — a relação do valor do dinheiro no tempo, quando a gente pensa em perdas de crédito e em instrumentos financeiros:

P1 [00:00:31] "A Companhia Petronilha tem um recebível contabilizado por \(15.849,33..." Este valor de\) 15.849,33 é o valor presente dos ativos, então esse valor vai ser recebido em quatro parcelas iguais de 5 mil. Vamos colocar aqui em cima um PMT — um pagamento fixo de 5 mil em quatro parcelas.

P1 [00:01:19] "Ao perceber um aumento do risco de crédito desde o reconhecimento inicial, a Companhia Petronilha fez uma análise e concluiu que receberá somente 8.000,00 do valor pendente, o qual estaria distribuído de forma linear em quatro parcelas a serem recebidas nas mesmas datas da dívida original".

P1 [00:01:47] Então a companhia Petronilha agora espera não receber 5 mil, ela espera que esses fluxos sejam menores em cada data. Ela espera receber um PMT de $ 2 mil. Se a gente fosse pensar que, em perdas, a companhia Petronilha está estimando perdas de 3.000 em cada um desses fluxos de caixa. Ela está estimando uma perda homogênea ao longo desses fluxos de caixa. Poderia ser diferente, ela poderia supor. Ela poderia projetar perdas só nos últimos fluxos de caixa, só nos primeiros ou valores de perdas diferentes em cada fluxo de caixa.

P1 [00:02:45] Então no exemplo aqui o que aconteceu é que ela está projetando perdas de forma linear. Então vamos demostrar os cálculos e a contabilização do reconhecimento dessa perda de crédito. A gente tem um valor contábil de $ 15.849,33 no ativo. Para a gente reconhecer essas perdas aqui que estão distribuídas do fluxo de caixa, o que a gente tem que fazer? O valor da perda (o valor da PCLD aqui) vai ser um valor presente também, correto?

P1 [00:03:28] Ele vai ser o valor presente de quê? Desses fluxozinhos de perda de 3 mil, tá? Por qual taxa a gente vai calcular o valor presente dessas perdas? Pela taxa efetiva de juros desse contrato. Então a gente não tem aqui ainda a taxa efetiva de juros. Como que a gente vai calcular? A gente pode pegar nossa calculadora, colocar aqui um período de quatro meses o PMT original (pagamentos de 5 mil) e o valor presente original — vou chamar de "PV-Zero".

P1 [00:04:17] Vou pegar minha calculadora e fazer essa continha aqui, embora eu já tenha ela no próximo slide. Então vou colocar aqui: 5 mil no PMD; 4 no "n". Que mais? "15849.33"

P1 [00:04:42] Vou colocar aqui um valor negativo: CHS... PV (valor presente). Por que eu coloco um valor negativo? Porque sempre que a gente trabalha aqui com calculadora financeira, ela sempre entende as informações que a gente manda para ela como um fluxo de caixa. Então se os meus pagamentos são fluxos positivos, ela entende que esse valor presente seria um fluxo negativo. Se eu não colocar ele como um valor negativo, normalmente a gente encontra um erro no cálculo.

P1 [00:05:19] Agora eu vou pedir para ele calcular a taxa. Ele vai dar aqui a taxa efetiva de juros... Running, running, running... Demorando bastante pra calcular... E chegou na taxa efetiva de juros de 10%. Então essa é a nossa taxa efetiva de original: 10% Então se eu for calcular essa PCLD, eu vou calcular utilizando essa taxa efetiva.

P1 [00:05:55] No próximo slide, a gente já tem aí algumas informações. Então temos um saldo contábil, que é 15849,33. Calculamos a taxa efetiva de juros, que é de 10% E aí a gente calcula a perda a valor presente. A perda a valor presente, usando a taxa efetiva de juros, é 9.509,60.

P1 [00:06:28] Como é que a gente vai contabilizar isso? Está aí como uma "d" de débito. É uma despesa com perdas de crédito. Então essa despesa é o que a gente vai lançar no resultado do exercício. E o que está lá como um "c" de crédito, a gente vai lançar como uma redução no contas a receber que, normalmente, essa redução no contas a receber é uma conta redutora. Vai lançar aqui:

P1 [00:06:57] "9.509.60". Então essa é uma conta redutora do ativo financeiro e a contrapartida disso é um despesa na DRE. Aí o valor contábil líquido do recebível é a diferença desses dois números. O valor contábil líquido não é 8 mil, porque a gente vai receber aqui quatro parcelas de 2 mil, mas esse valor aqui de 2 mil, 2 mil, 2 mil e 2 mil são valores nominais, se a gente trouxer esses valores a valor presente, ele vai dar a diferença desses dois números aqui, que é: 6339,33.

P1 [00:07:34] Então esse exercício está demonstrando como a gente aplicaria o IFRS 9, essa questão do valor do dinheiro no tempo de forma que a gente está respeitando e estritamente a norma contábil. Está fazendo exatamente o que a norma contábil sugere.

P1 [00:08:20] É claro que em algumas situações... Como essa, por exemplo: as perdas estão distribuídas de forma homogênea e muitas vezes, principalmente quando a gente trabalha com recebíveis de menor valor individual, com recebíveis de varejo, muitas vezes a gente entende que essas pedras estão distribuídas de forma homogênea ao longo do tempo. Então em vez da gente ter um trabalho como esse de montar um critério de perdas, alocando as perdas em um fluxo de caixa, a gente volta àquela forma original de calcular um percentual e aplicar esse percentual ao saldo do ativo financeiro.

P1 [00:09:11] Claro que essa essa interpretação da norma tem que ser combinada com a empresa de auditoria e a entidade que faz isso também precisa comprovar para o auditor que isso é verdade, ela precisa comprovar para o auditor de que é a mesma coisa aplicar as perdas de crédito com um percentual sobre um saldo do ativo ou aplicar como perdas distribuídas em um fluxo de caixa Então é algo que precisa ser comprovado para ser aceito, já que a norma contábil sugere isso aqui.

Relacionados