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Contabilidade

EBIT e EBITDA

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01/01/2017
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

EBIT e EBITDA. EBIT é a sigla em inglês de "Earnings Before Interest and Taxes", ou "resultado antes dos juros e dos impostos sobre a renda". O EBIT é bastante utilizado como métrica de resultado operacional. Um valor que muitas vezes não é divulgado pelas empresas, mas que os analistas estimam e utilizam largamente. Por seguir o regime de competência, o EBIT não representa necessariamente o caixa gerado pela operação a custos ou despesas que não consomem caixa, mas reduzem o lucro operacional. Para aproximar-se do regime de caixa, os analistas financeiros adicionam, ao lucro operacional, as despesas de depreciação e amortização que afetam o resultado, mas não o caixa daquele período, dando origem ao EBITDA, ou LAJIDA. O EBITDA é uma métrica da capacidade potencial de geração de caixa da operação, porém ainda não pode ser confundido com regime de caixa. Para evitar que os usuários das demonstrações financeiras sejam ludibriados pela publicação de números como EBIT e EBITDA, a CVM padronizou e normatizou a divulgação desses números. De acordo com o art. 3º da Instrução 527 da CVM, o cálculo do EBITDA (LAJIDA), e EBIT (LAJIR), não pode excluir quaisquer itens não recorrentes, não operacionais ou de operações descontinuadas, e será obtido da seguinte forma: LAJIDA: resultado líquido do período acrescido dos tributos sobre o lucro das despesas financeiras líquidas das receitas financeiras e das depreciações, amortizações e exaustões; LAJIR: resultado líquido do período acrescido dos tributos sobre o lucro e das despesas financeiras líquidas das receias financeiras. No entanto, se uma companhia acha mais correto ajustar esses indicadores, adicionando ou excluindo itens que não são mencionados na normatização contábil, a entidade precisa divulgar claramente que aquele é um indicador ajustado. Além disso, precisa explicar item a item quais foram ajustados para calcular o indicador. Críticas ao EBITDA. É utilizado como métrica de geração de caixa proveniente das operações. No entanto, em algumas situações, ele pode estar muito, mas muito distante da geração de caixa. O EBITDA parte do EBIT e retira desse resultado dois itens que impactaram o resultado, mas não o caixa do período: depreciação e amortização. Porém existem outros itens como provisões, por exemplo, que afetam o resultado, mas não o caixa do período. O EBITDA, ajustado conforme sugere a Instrução 527 da CVM, poderia fazer esse papel. Porém, para chegar na geração de caixa das operações, ainda é preciso considerar os investimentos em capital de giro uma vez que o crescimento da operação pode consumir caixa operacional quando exige investimentos nos estoques ou em contas a receber, por exemplo. Ora, se o EBITDA pode conduzir o analista ao erro, por que será que é tão utilizado no mercado brasileiro? Ao menos dois motivos parecem razoáveis. A simplicidade do EBITDA. Antes da lei 11.638/07 as empresas brasileiras não eram obrigadas a publicar a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Sendo assim, a informação mais precisa sobre o valor dos fluxos de caixa provenientes das operações (FCO), não eram tão facilmente encontradas.