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Contabilidade

Os modelos de contabilização de Hedge de valor justo e Hedge de fluxo de caixa

Os modelos de contabilização de Hedge de valor justo e Hedge de fluxo de caixa
25/09/2019
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper
Wesley Carvalho
Expert

Possuir uma gestão de riscos eficiente, em um ambiente contemporâneo, exige conhecimento de mercado, agilidade e assertividade, e um dos maiores focos está centralizado na redução de probabilidades de perdas financeiras que poderiam, em determinados cenários, ocasionar a descontinuidade do negócio.

A evolução dos mercados financeiros nos permitiu alcançar um patamar onde grande parte dos riscos de mercado originados pelas empresas em seu negócio ou proveniente de decisões de investimento e financiamento, são passíveis de serem suavizados ou eliminados. Isto é possível principalmente pela existência de produtos financeiros destinados a esta finalidade, em uma prática chamada de hedge.

Quando uma empresa faz hedge, ela busca proteção contra riscos financeiros. Geralmente, esta prática está cerceada pela política de gestão de riscos. Esse hedge, quando refletido na contabilidade, necessita de um tratamento contábil específico, chamado Hedge Accounting, o qual possui a finalidade de refletir de forma mais transparente a prática de gestão de riscos nas demonstrações financeiras. Assim, nos deparamos com um dos desafios desta prática: Classificar meu hedge como hedge de fluxo de caixa ou hedge de valor justo?

Em muitos casos reais, a classificação contábil não é tão discutida, dado que o conhecimento consolidado parte do seguinte pressuposto: quando o hedge resulta em uma posição pós-fixada, ele geralmente é classificado como hedge de valor justo, caso contrário, é classificado como hedge de fluxo de caixa.

O problema começa a surgir, por exemplo, quando a empresa deseja designar um hedge com posição pós-fixada como hedge de fluxo de caixa. O entendimento dos profissionais que praticam o hedge accounting é de que um hedge de fluxo de caixa tem origem econômica de proteção dos fluxos de caixa, ou seja, uma posição flutuante (pós-fixada) não seria a melhor escolha para esse tipo de hedge.

Para que as empresas estejam seguras quanto às suas estruturas de hedge accounting, principalmente frente às equipes especializadas no tema dentro das auditorias, deve haver discussões sobre a intenção econômica do hedge, sobre a estratégia da empresa como um todo e sobre como ela enxerga seus riscos e se protege contra eles.

É importante enfatizar também que, quando da escolha do modelo de hedge accounting, não se deve levar em consideração de forma oportunista os efeitos contábeis provenientes dos modelos de hedge accounting, e sim a visão econômica que a empresa tem sobre aquele hedge.

Por fim, entendemos que é possível ter um hedge de fluxo de caixa que resulta em uma posição pós fixada, desde que esse hedge tenha expectativa de reduzir a variabilidade dos fluxos de caixa do item protegido.

 
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