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O que as empresas podem (ou devem) fazer pela educação

O que as empresas podem (ou devem) fazer pela educação
29/04/2014
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

Olhando retrospectivamente, não é de estranhar que o Brasil esteja crescendo em níveis tão baixos nos últimos anos. Desde 2004, incorporamos milhões de brasileiros no mercado de trabalho, e essas pessoas ajudaram a realimentar a nossa economia. Felizmente, não temos mais um banco de desempregados tão grande, o que é bom sob a ótica social, mas por outro lado, engessa o crescimento econômico.

No momento, para voltar a crescer, precisamos de investimentos em infraestrutura. Não só infraestrutura física. Precisamos de uma robustez intelectual que ainda estamos longe de conseguir. A produtividade do trabalhador brasileiro é baixa, principalmente se comparada com a produtividade dos europeus ou dos americanos, culpa de um sistema educacional que praticamente inexistia há cerca de 50 anos. Enquanto na Europa existem Universidades com séculos de fundação (as mais antigas têm mais de 800 anos!), as Universidades mais antigas do Brasil completaram 100 anos há menos de uma década.

Nesse contexto, não são 25 anos do Governo A ou do Governo B que nos levarão a um padrão francês de educação. Em seu texto de 3 de abril de 2014 para o UOL, o empresário Abílio Diniz diz o seguinte:

“Não quero minimizar os problemas brasileiros, eles precisam ser enfrentados. Mas, se continuarmos apontando os erros dos governantes enquanto fizermos a nossa parte, o Brasil poderá ter mais crescimento e mais desenvolvimento. O caminho para esse desenvolvimento é o aumento da produtividade, com mais gestão, mais investimentos e mais capacitação dos trabalhadores.”

As empresas não só podem, como precisam investir para complementar a educação dos seus colaboradores. O ideal seria contratar profissionais prontos para o mercado de trabalho, mas com um sistema de educação débil, esperar por isso é aceitar a baixa produtividade.

Particularmente, nas áreas em que trabalho há mais de 16 anos, vejo muitas empresas que ainda acreditam que os gastos com um treinamento em contabilidade ou com um curso de finanças são meras despesas, e não investimentos de fato. Enquanto isso, pagam mais impostos, captam por meios mais caros e deixam altas somas de dinheiro na mesa, sem aplica-los de maneira adequada e tempestiva.

As áreas de finanças mais eficientes não por acaso são aquelas que concentram o maior número de horas em cursos de qualidade.

Para os mais céticos, faço um convite: observe as empresas mais rentáveis e cruze essa informação com os seus esforços direcionados para o desenvolvimento humano.

Investir em educação resulta em maior produtividade. Produtividade é um dos principais entraves ao crescimento brasileiro. Logo, ao investir em educação, as empresas estão colaborando com o seu próprio negócio e com todo o mercado.

 
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