Empresa de Eike reconhece perda de R$ 1,8 bi
Por Samantha Lima.
A MMX, mineradora controlada por Eike Batista, informou ter feito um chamado "impairment" --reconhecimento contábil de que os ativos valem menos do que anteriormente calculado-- no valor de R$ 1,807 bilhão.
Na prática, a empresa reconhece que o valor recuperável de seus ativos, considerando a possibilidade de dar retorno, é R$ 1,807 bilhão menor que o esperado.
Segundo a MMX, que está em recuperação judicial, a baixa contábil se refere à operação e ao projeto de expansão da unidade Serra Azul (MG), sua principal unidade de produção.
O valor do "impairment" supera o patrimônio líquido da empresa no primeiro trimestre, que é de R$ 1,3 bilhão.
Considerando essa comparação, a MMX é uma empresa tecnicamente "insolvente", ou seja, tem mais dívidas do que ativos, diz Eric Barreto, professor do Insper e sócio da M2M Escola de Negócios.
"As empresas devem verificar periodicamente o valor de seus ativos. Isso é feito por meio de duas análises. Uma é sobre a capacidade de o ativo gerar resultado no futuro. A outra é sobre o valor de venda desse ativo. O valor mais favorável deve ser confrontado com o valor contábil desse ativo em seu balanço. Se esse valor for menor que o valor contábil, ela deve fazer o impairment', ou seja, dar baixa no valor contábil e lançar valor como despesa."
O advogado de Eike Batista, Sérgio Bermudes, nega que a situação da empresa seja de insolvência. Na MMX, ninguém foi localizado.