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Contabilização da captação por meio de depósitos interfinanceiros

Contabilização da captação por meio de depósitos interfinanceiros
15/01/2020
Ivanice Floret
Principal
Eric Barreto
Partner e Prof. do Insper

Neste artigo, vamos falar sobre como os bancos efetuam a contabilização da captação por meio de depósitos interfinanceiros. Não deixe de dar uma olhada no artigo que aborda a contabilização de aplicação de depósitos interfinanceiros.

Em algumas situações, o volume financeiro de saques em uma determinada instituição financeira, pode superar o de depósitos recebidos, e com isso, o saldo de reserva dessa entidade ficará negativo. Nesse sentido, para atender às regras do Banco Central do Brasil, a entidade pode pedir dinheiro emprestado a outra instituição financeira, para que o seu caixa não vire o dia com saldo negativo. Para tanto, ela poderá efetuar uma captação por meio de depósitos interfinanceiros. Os registros contábeis por parte da entidade captadora são realizados conforme a seguir:

Débito:
1.1.0.00.00-6 – DISPONIBILIDADES
Crédito:
4.1.3.10.00-3 – DEPOSITOS INTERFINANCEIROS

Tal como em uma operação de empréstimo, a entidade captadora irá remunerar a entidade aplicadora. Essa remuneração é representada com uma despesa, em contrapartida à conta de captação, cujo registro contábil é efetuado da seguinte forma:

Débito:
8.1.1.20.00-2 – DEPOSITOS INTERFINANCEIROS
Crédito:
4.1.3.10.00-3 – DEPOSITOS INTERFINANCEIROS

Ao final do prazo acordado, o recurso deverá ser devolvido, com a baixa na conta de aplicação em contrapartida à conta de disponibilidades.

As negociações entre os bancos geram a chamada taxa DI, que atualmente é o principal benchmark de taxas do mercado brasileiro. A taxa DI diária é obtida a partir da média das taxas negociadas em determinada data, considerando todos os títulos emitidos e negociados entre as instituições financeiras.

A taxa DI também é utilizada para remunerar outros depositantes, como pessoas físicas ou empresas não financeiras, que depositam recursos nas instituições financeiras e recebem uma remuneração baseada em um percentual do DI.

Como a taxa DI indexa muitos ativos e passivos de empresas no Brasil, é bastante comum que encontremos descasamentos de taxas entre ativos e passivos. Por exemplo, um banco capta recursos de clientes e os remunera em função da taxa DI, pós fixada, e aplica esses recursos em ativos prefixados, criando um descasamento de taxas que, no caso de subida da taxa DI, faz com que a entidade pague mais pelos recursos captados, sendo que os ativos foram negociados a taxas fixas. Para mitigar esse risco de descasamento de taxas, as instituições podem lançar mão do uso de derivativos, e a B3 disponibiliza um contrato futuro de taxas, o DI Futuro, que serve exatamente a essa finalidade.

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Fonte: Manual COSIF
BACEN
B3
Resolução n° 3399, de 29 de agosto de 2006